Para o Instituto Brasil Solidário, o objetivo final de todas os projetos produzidos é que, no curto e médio prazo, tenham continuidade. É desta forma que, no longo prazo, os projetos se tornem políticas públicas. Porém, com as constantes mudanças de gestão, os projetos enfrentam o desafio imediato da continuidade.
Assim, a melhor forma de enfrentar esse desafio é através da integração das atividades e da união da comunidade escolar, em que alunos se juntam a professores e diretoria na construção de modelos de trabalho que deem sustentabilidade aos projetos.
Mas antes de promover essa integração, é necessário estabelecer uma base teórica, para que tudo aconteça de forma respeitosa e harmoniosa. Com este mote, a Oficina de Cidadania abriu seus trabalhos fazendo uma indagação a alunos e professores: “Você é um morador de São Luís ou é um cidadão de São Luís?”
Após a surpresa inicial, promovemos um longo debate sobre direitos, deveres, cidadania no território (através da política) e cidadania digital. Durante essas rodadas de debates, troca e escuta, é importante captar os anseios da comunidade escolar, para que essa construção ocorra de forma coletiva e dê voz a todos os atores.
No caso da escola UEB Rosália Freire, a Oficina ocorrida durante as atividades do PDE em São Luís (MA) em parceria com o Instituto Ultra, foram detectadas duas necessidades distintas, sendo uma externa e outra interna.
Nas questões internas, para promover uma melhor conexão entre a diretoria, professores e alunos, propusemos a criação de três grupos de trabalho: a Equipe Cultura ficaria responsável por apresentar ideias para eventos literários e culturais, utilizando o acervo e os espaços da biblioteca; a Equipe Jogos deveria apresentar ideias para rodadas de jogos de Educação Financeira (Piquenique, Bons Negócios, PICS e BIO); e à Equipe Comunicação coube a missão de divulgar informações sobre o dia a dia da escola nos planos físico (mural) e digital (Instagram).
Após reunirmos as propostas dos três grupos, transcrevemos todas em um documento chamado Plano de Ação, em que, ao final, trazia um Termo de Compromisso, que todos deveriam assinar (todos mesmo: alunos, professores, diretora e IBS!).
Já nas questões externas, foi necessária uma roda de debates com as coordenadoras pedagógicas da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) Arsenia Pereira de Sousa Medeiros Formiga e Ana Karolina Moniz Salomão, em que a demanda mais urgente foi a construção de uma quadra poliesportiva no terreno localizado nos fundos – uma promessa antiga, que vem desde a inauguração da escola em 2006.
Dessa forma, foi necessária a redação de um segundo documento: um Requerimento que será protocolado na prefeitura, junto a um Abaixo-assinado que reunirá mil assinaturas de toda a comunidade escolar, solicitando a construção desta quadra e alertando para sua urgência, uma vez que a escola está sem aulas de Educação Física desde antes da pandemia e tampouco possui um espaço externo que integração entre os estudantes.
Além da construção do diálogo, do respeito às divergências e dos direitos e deveres de um cidadão, esta oficina teve como missão dar voz à comunidade escolar e fazer com que todas fossem ouvidas para a construção coletiva destes documentos, pois é assim que se constroem políticas públicas que tenham efetividade e tragam significado a todos.
E, ao final da oficina, com todos os resultados alcançados, ninguém mais tinha qualquer dúvida sobre a indagação lançada lá no início. Todos entenderam qual deve ser o seu papel de agora em diante.