Numa formação continuada de mediação de leitura, professores da rede pública de ensino, receberam orientações pedagógicas e didáticas para expandir o aprendizado literário em sala de aula
Plaquinhas com mensagens de cidadania, uma biblioteca com espaços lúdicos de leitura, cores e sinalizações nas prateleiras de livros e, dentro desse mesmo espaço, professores motivados e empolgados para uma nova formação de incentivo à leitura. Foi assim que a equipe do Instituto Brasil Solidário e educadores dos municípios de Beberibe, Pindoretama e Cascavel, foram acolhidos na segunda etapa da Oficina de Mediação de Leitura, realizada entre os dias 11 e 15 de setembro, na Escola Francisca Holanda Costa, em Pindoretama/CE.
Estávamos num território diferente das formações anteriores, mas todo o aprendizado adquirido nas oficinas práticas, realizadas desde o início deste ano em Beberibe/CE, podia ser notado em cada detalhe desse município e escola, que já multiplica as ações do Programa de Desenvolvimento da Educação, do Instituto Brasil Solidário! Dessa forma, foi possível sentir não só mais uma semana produtiva de práticas e teoria com novas ferramentas didáticas e que podem ser utilizadas em sala de aula, mas um contexto de dedicação e união por parte do município de Pindoretama e demais convidados, que leva a proposta do “Juntos Construímos” e reforçando que é possível mudar uma realidade – e fazer a diferença – quando o esforço é conjunto: Professores, alunos, gestores e toda a comunidade escolar.
Aos nossos “Anjos da Leitura”, projeto de leitura na comunidade do Instituto Brasil Solidário, a semana de formações reservava uma nova etapa para aprofundar o que estava sendo desenvolvido com os projetos em cada escola. Resgatando sobre a importância da mediação dos professores no processo de leitura, a oficina pontuou elementos que podem envolver os alunos a compreenderem as entrelinhas da construção dos vários gêneros literários disponíveis, muitas vezes na própria biblioteca da escola. “É muito importante que haja um planejamento, que o professor se sinta seguro para fazer as intervenções, mediar a leitura, permitindo que os alunos enxerguem o que aprendemos a enxergar, inclusive para identificar os gêneros literários, como o poema e a poesia que estão sendo trabalhados nesta formação”, disse a professora da Comunidade Educativa – CEDAC, Alda Beraldo, que ministrou os três primeiros dias da Oficina de Mediação de Leitura.
Reconhecendo a importância de fazer desse momento uma oportunidade de intercâmbio de conhecimento entre os professores ali presentes, além do estudo aprofundado do gênero poema e poesia, em todas as nuances históricas e de linguagem, a formação reservou os últimos dias de oficina para um planejamento conjunto, incluindo uma roda de conversas com o que já estava sendo implementado no eixo de incentivo à leitura. Ideias de sequências didáticas, incluindo o acervo da escola, a árvore literária, conhecer as preferências da turma trabalhada, expor as ações em sala nas paredes da escola ou mesmo através de atividades lúdicas com brincadeiras, caça-poesia e jogos interativos, foram algumas das várias possibilidades expostas pelos próprios professores durante a oficina.
Novos leitores
“É muito proveitosa essas ações de formação que estamos recebendo do Instituto Brasil Solidário, não só para os professores de Português, mas todas as outras disciplinas podem beber dessa água que é maravilhosa e que transformou nossa biblioteca que antes era só um depósito de livros. Hoje já escutei dos próprios alunos que é o melhor espaço da escola, isso, sem dúvida, é fruto do projeto”, ressalta a professora da sala de leitura da Escola Francisca Holanda Costa, em Pindoretama/CE, Silvana Queiroz.
Antes das ações, a escola recebia em média 20 alunos na sala de leitura, depois do projeto, segundo a professora, esse número chega a 150 alunos ativos no empréstimo de livros. A biblioteca passou a ter as portas sempre abertas e agora conta com outros incentivos da escola, por exemplo, uma premiação já prevista para o final do ano aos alunos leitores mais ativos na biblioteca.
Para a técnica da Secretaria de Educação de Cascavel, Lucineide Rodrigues, as oficinas têm permitido ampliar o repertório de ações efetivas nas escolas, de forma didática e inovadora. “Achei formidável essa formação, trabalhar a poesia de forma lúdica, dinâmica e inovadora, é muito gratificante poder estar aqui e voltar para o meu município cheia de ideias, já estamos implementando algumas oficinas lá em Cascavel e nossa meta é alcançar as 60 escolas da região, principalmente nas localidades rurais, que precisam de nossa atenção e possuem mais carência de atividades como esta”, disse.
Oficinas do PDE em Multiplicação
Se nas paredes da Escola Francisca Holanda Costa, que sediava as formações, já era possível perceber o trabalho de continuidade das oficinas práticas, logo ali, a poucos metros da escola, estava a Secretaria de Educação do Município, com uma sala repleta de familiares, que recebiam a formação em “Comunidade na Escola”! A Oficina, que faz parte das ações de empreendedorismo do Programa de Desenvolvimento da Educação, do Instituto Brasil Solidário, estava sendo promovida numa ação conjunta da Secretaria de Educação e da Secretaria de Cultura, do município de Pindoretama/CE.
Para a técnica da Secretaria de Cultura de Pindoretama, Sila Rocha, responsável pela Oficina e agora “multiplicadora do IBS”, a formação envolve muitos eixos educacionais importantes, não só a cultura, mas, principalmente a educação ambiental. “A primeira vez que fui na formação de comunidade na escola, do IBS, fui meio desconfiada, achando que não iria gostar e de repente, a oficina despertou a artesã que estava adormecida em mim, hoje não consigo passar por nenhum local que tenha material reciclável e não coletar para a minha casa, já imaginando o que vou poder construir com esse material, tudo pode ser reaproveitado, achei de uma inteligência inquestionável e muito importante para a consciência de preservação do meio ambiente”, disse a professora, enquanto cortava uma caixa de leite, que logo se tornaria um lindo jarro já planejado para o primeiro dia da formação.
Em cima da mesa da Oficina, já estavam expostos o artesanato feito com o que seria jogado no lixo, mostrando as muitas possibilidades que uma garrafa PET ou uma caixa de tetra pack pode se transformar e gerar renda para as comunidades. “Adorei a oficina, aprendi a fazer bolsas, jarros, porta-jóias e até um abajur com palitos de picolé, nunca imaginei que seria possível fazer tanta coisa com materiais que já tenho em casa! Estou ansiosa para colocar em prática para investimento próprio, quero vender na minha comunidade, já estou pensando em algumas lembrancinhas que podem me ajudar na renda de casa”, disse a dona de casa, Elane da Silva.
Segundo a Secretária de Educação de Pindoretama, Silvia Araújo, a Secretaria tem se esforçado para que pelo menos um professor de cada escola da região esteja presente nas formações que estão sendo realizadas pelo IBS. “Para a formação de leitura, nós estamos com representantes de todas as escolas aqui do município, além da própria Biblioteca Municipal, o projeto veio acrescentar e dar uma nova roupagem nas ações que já estávamos pensando para as escolas, gostaria muito de agradecer ao Instituto e estamos empenhados a disseminar esse conhecimento em nosso município”, enfatizou.
Sobre o Programa de Desenvolvimento da Educação
O “Programa de Desenvolvimento da Educação – PDE” atua por meio de seis áreas temáticas que conversam diretamente com o currículo escolar. São elas: incentivo à leitura, educação ambiental, uso de tecnologias em sala de aula e como instrumento ao protagonismo, valorização das artes regionais, prevenção e saúde e empreendedorismo.
Com resultados significativos em indicadores como IDEB, diminuição da evasão e aumento da frequência escolar, as ações acontecem por meio de atividades práticas, que acontecem unindo educadores, gestores, alunos e suas famílias. Esses são alguns dos diferenciais para que o processo de ensino aprendizagem seja mais eficiente e dinamizado, de modo criativo e significativo, proporcionando aos alunos formas de participação ativa na construção de seu próprio conhecimento, e aos professores e gestores, estratégias mais interessantes e prazerosas de condução de atividades pedagógicas. Por meio de políticas públicas e formação de uma rede de multiplicadores, garante-se ainda o processo de escala de parte dos serviços oferecidos a sociedade com a bandeira do “Juntos Construímos”.
As ações do Instituto no ano de 2017 contam com financiamento de: Instituto Samuel Klein, Palmeirinha Ação Social, Machado Meyer Advogados, Tecnisa, OverSeas e Bank of América Merrill Lynch. Além do apoio das Prefeituras Municipais dos Municípios de Cascavel, Beberibe e Pindoretama e o Governo do Estado do Ceará – Secretaria das Cidades (Consórcio COMARES). Apoiadores pessoa física também realizam investimentos via leis de incentivo fiscal (Lei Rouanet).
No Ceará, o IBS já conta com o apoio de organizações como a Faculdades Nordeste – FANOR, Associação Caatinga, Instituto Beatriz e Lauro Fiuza – IBLF e a Social Brasilis, de Fortaleza. Os parceiros também estão em diferentes regiões do Brasil.
Atualmente, temos apoio de grandes referências em segmentos importantes para o desenvolvimento social como a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade – RAPS, além do reconhecimento da Rede Folha de Empreendedores Sócio Ambientais – Schwab Foundation for Social Entrepreneurship, entre outros.
Mais informações para a imprensa:
Gabriela Martins – Assessora de Comunicação
Telefone: (85) 9 99227266