> por Carolina Lopes
Árvores natalinas, belas coroas e muitos outros enfeites criativos criados com materiais reaproveitados! Algumas escolas e professores aproveitaram a inspiração das datas festivas de final de ano para criar peças decorativas com o aproveitamento de materiais que teriam, como destino, o lixo, promovendo muito aprendizado com relação à sustentabilidade.
Nessa época, as vitrines ficam recheadas de opções de enfeites que enchem os olhos de quem passa na rua. Muitos deles são caros e entopem o meio ambiente com mais resíduos descartados após o final das festas. Portanto, aproveitar as qualidades estéticas e plásticas de materiais que já tiveram um ciclo de uso passa a ser extremamente pedagógico trazendo, também, diversos conhecimentos estéticos e desenvolvendo as habilidades manuais dos alunos.
Pensando nisso, vários professores participantes do último ciclo da Formação EaD de Oficinas Criativas desenvolveram belos trabalhos nas escolas e em suas próprias casas, ajudando a criar uma cultura de reaproveitamento de materiais que seriam descartados.
Os participantes José Genilson Queiroz e Tatiane Cristofoli, por exemplo, fizeram enfeites de papel. Amanda dos Santos fez uma bola de plástico, utilizando fundos de garrafas PET.
Na Escola Estadual Dr. Donário Lopes, em Arambaré, Rio Grande do Sul, as professoras Clarinete Nunes Dias e Thayana Barreto desenvolveram oficinas com alunos do segundo ano do Ensino Médio. O desafio foi criar coroas natalinas reusando, principalmente, papeis. Notamos, observando as fotos, que os alunos lançaram mão de rolinhos de papel higiênico, papeis já impressos e retalhos de papel para realizar seus trabalhos. Os resultados são de encher os olhos!
Em Camaçari, Bahia, a coordenadora pedagógica Rosângela Virgens da Silva tem estimulado a equipe de professoras do Ensino Infantil da Escola Comunitária Recanto das Árvores a desenvolver atividades com materiais de reuso com as crianças para que aprendam e reconheçam desde cedo as qualidades estéticas, físicas e lúdicas desses objetos.
Antes de levar qualquer atividade plástica para os alunos, é muito importante que os professores façam os trabalhos em casa para testar o tempo que demora, o manejo dos materiais e verificar quais são os materiais de apoio necessários e que funcionam para determinado tipo de matéria.
Para que todos esses aprendizados aconteçam de forma transdisciplinar e efetiva, é preciso um planejamento no qual se ofereça aos alunos, conforme suas faixas etárias, suplementos teóricos de conscientização tais como filmes, documentários, textos – literários ou não – palestras, debates, entre outros recursos que reforçam a prática e a fortalecem a lógica sustentável do reaproveitamento de materiais para além da estética.
A coleta e organização de materiais e do espaço de trabalho também é importante para que as atividades ocorram com tranquilidade e muita inspiração. Portanto, trazemos abaixo algumas dicas que podem auxiliar as práticas pedagógicas com o reaproveitamento de resíduos sólidos.
Coleta: a coleta de materiais é, por si só, um aprendizado, uma vez que o professor pode mobilizar os alunos para arrecadar objetos descartados para compor as criações diversas.
Armazenamento: ao coletar os materiais, é preciso limpá-los ou lavá-los antes de armazenar, pois embalagens sujas podem atrair insetos e outros bichos indesejáveis.
Pesquisa: pesquise sempre as qualidades de todos os materiais que irão compor os objetos que pretende construir – durabilidade conforme a função, cor, brilho, textura, etc. Todas estas características estéticas e físicas refletem no produto final.
Organização: separe os materiais coletados de acordo com suas características e mantenha os materiais de apoio sempre a mão. Os objetos coletados podem ser mantidos em caixas organizadoras reaproveitadas, que podem ser decoradas com forro de sua preferência e etiquetadas. Nas caixas, os materiais ficam mais protegidos e organizados do que em sacos plásticos.
Visualização: para melhor visualizar os materiais que tem em mãos e poder analisar suas características, desfaça-se de rótulos, estampas e quaisquer outras interferências gráficas que poluem visualmente o objeto. Observando sua forma, sua textura e demais características físicas e estéticas, a própria matéria pode inspirar ideias sobre como reutilizá-la.
Espaço: trabalhar com arte e artesanato exige espaço suficiente para que não aconteçam acidentes que possam danificar o projeto ou, pior ainda, machucar quem está criando. A dimensão do espaço dependerá do tamanho das peças que estão sendo produzidas. Mantenha o espaço organizado para que o trabalho renda.
Acabamento: os detalhes são o que faz a diferença no produto final. Portanto, realize cortes e colagens com capricho e dispense uma atenção especial ao acabamento. Um produto bem-acabado é mais valorizado e garante maior durabilidade.