Com dois dias intensos de programação, a Escola Municipal Professor Noely Clemente de Rossi, em Bento Gonçalves (RS), foi sede das Oficinas Práticas do Instituto Brasil Solidário, com muita integração não só dos professores e alunos, mas de toda a comunidade escolar, com os familiares participando ativamente de todo o processo de transformação e mobilização nos ambientes da escola.
Envolvendo os 472 alunos da escola, a ação realizada nos dias 24 e 25 de abril, através do Plano Bienal Brasil Solidário, proporcionou um movimento que envolveu do 1º ao 9º ano nas oficinas, que foram implementadas dentro e fora das salas de aula. Além das atividades práticas, a escola recebeu a doação de 500 livros para as ações de incentivo à leitura e três máquinas fotográficas para as atividades de educomunicação.
A programação contou com contação de histórias e atividades de mediação de leitura, incluindo as turmas de anos iniciais, até formações de Fotografia, Artes Cênicas, Pintura e Desenho, Teatro de Bonecos e Oficinas Criativas, com participação dos pais, avós e até gestores de escolas vizinhas que foram conhecer e agregar boas práticas às suas propostas pedagógicas.
“Muitas coisas que estavam acomodadas e adormecidas foram reacendidas nesses dois dias de atividades. Como a participação da comunidade, as mães já sinalizaram que querem se aproximar mais, querem criar e trabalhar em apoio à escola. Posso dizer que não teve uma oficina que não tenha deixado um ganho pedagógico. Com certeza a escola passou por um marco do antes e depois do Instituto, e estou muito feliz que tenha acontecido em nossa escola”, destacou Aline Manara, Diretora da EMEF Professor Noely Clemente de Rossi.
Para a dona Maria Inês, que tem netos na escola, as atividades serão eternizadas nas lembranças dos alunos e de todos que participaram. “Fiquei muito feliz quando soube das oficinas. Não vamos esquecer e nem as crianças. Eu nunca tinha bordado, já tinha visto minha mãe bordando, mas nunca tinha tentado. Depois dessa experiência, vou continuar praticando em casa”, ressaltou.
Nos corredores, era possível acompanhar os olhares entusiasmados, as cores marcadas nas mãos, no rosto e em cada ambiente tomado por pinturas feitas de forma colaborativa. A emoção de se abrir para o despertar de talentos que estavam ali o tempo todo, podia ser visto em todas as atividades. “Eu nem gostava de desenhar. Entrei sem saber. Mas, por conta da oficina, estou adorando. Hoje eu vejo que o desenho não é só mexer o punho. Tem muito além disso. A natureza em si já é arte. Tudo que nos rodeia é arte. Vou levar todos os conhecimentos da oficina para a vida”, disse a aluna Emanuelle Dalla Nora, de 12 anos, que cursa o 7º ano.
Segundo Adriane Zorzi, Secretária de Educação de Bento Gonçalves, todas as práticas e a forma de integração e colaboração fomentado nas formações, possibilitou um novo olhar dos professores para as propostas pedagógicas, que podem ser realizadas de forma dinâmica e explorando todos os espaços para além da sala de aula. “É emocionante ver essa transformação na escola. O que escuto da direção é que a escola não será mais a mesma, e vejo que a partir dessa vivência foram abertas novas possibilidades de aprendizagem. Só temos a agradecer pelo projeto. Foram dois dias de movimento, de mudança de paradigmas. Foram ações que chegaram para somar, mudar aquela ideia de que educação é só sala de aula. A educação pode e deve ser muito mais, e eles estão acreditando que eles podem mais”, destacou.
